Com a atenção do público mais disputada do que nunca, as empresas precisam compensar suas estratégias para não serem engolidas pela era do conteúdo vazio

No ambiente digital de hoje, a atenção do consumidor é o recurso mais disputado do mercado e, portanto, o mais relevante. O universo online está em transformação constante, e a linha que separa o real do virtual nunca foi tão tênue.

Por um lado, vemos o avanço da tecnologia elevando o marketing de influência a um novo patamar: os influenciadores virtuais (personagens criados por inteligência artificial) como embaixadores de grandes marcas, com identidade própria e capacidade de construir relacionamentos de confiança com milhões de pessoas. Essas figuras já não são meros experimentos, mas parte estratégica do branding de empresas que desejam inovar e se aproximar de diferentes tipos de consumidores.

Do outro, surge um aspecto mais sombrio: o chamado brain rot, um tipo de conteúdo repetitivo, caótico e visualmente exagerado, projetado para prender a atenção a qualquer custo, mesmo que isso signifique reduzir a qualidade da experiência e saturar o cérebro do usuário.

Essa dualidade cria um dilema central para as marcas: vamos usar tecnologia para gerar experiências de impacto ​​ou para competir no volume de estímulos, sacrificando profundidade por cliques? Essa escolha define o futuro de cada negócio no ambiente digital.

Dark Channels e Brain Rot: o lado obscuro da atenção

Enquanto inovadores usam IA para criar experiências relevantes, outra parte da internet aposta no oposto: vídeos extremamente curtos, repetitivos e caóticos, projetados para ativar marcas dopaminérgicas e viciar o espectador.

Essa estética (conhecida como brain rot) pode levar à fadiga mental, redução da capacidade de foco e queda na paciência para consumir conteúdos mais complexos, sendo um risco para marcas que buscam construir um relacionamento de longo prazo.

Casos como o da Pinkydoll, que popularizou lives de NPC no TikTok repetindo frases como “Ice cream so good” em troca de doações, ou personagens como a Bailarina Cappucina, com vídeos de estética absurda e filhos estridentes, ilustram bem o tipo de estímulo que prende a atenção sem gerar valor cultural ou educativo. Para quem quer construir um relacionamento de longo prazo, associar-se a esse tipo de conteúdo é um risco, já que ele reforça a superficialidade e não gera lembranças positivas.

E não para por aí. Os dark channels estão no centro de uma transformação digital que redefine o que significa criar conteúdo. São canais anônimos que, com o apoio de automação e inteligência artificial, replicam em massa vídeos, textos e imagens de terceiros, priorizando volume e viralização em detrimento da identidade própria ou narrativa original. Essa avalanche de conteúdo repetida (apelidada de AI slop) já domina parte do feed das plataformas e pressiona marcas a repensarem sua presença digital. Meta e YouTube estão reagindo com força: banindo contas, desmonetizando canais, diminuindo o alcance e até redirecionando o público para os criadores originais. Para as marcas, essa é uma oportunidade de ouro: enquanto o conteúdo genérico é sufocado pelos algoritmos, campanhas autênticas, criativas e com propósito se tornam ainda mais valiosas, conquistando atenção construída e construindo uma confiança em meio ao ruído digital.

Brain rot ilustrado com todos os direitos reservados por themindsjournal.com

A evolução dos influenciadores virtuais: do institucional ao aspiracional

Se antes os avatares de IA eram usados ​​apenas para atendimento ou comunicações institucionais, hoje eles são celebridades digitais, com voz, história e estilo de vida próprios. Casos de sucesso comprovaram o potencial dessa tendência:

  • Lu do Magalu: a influenciadora virtual mais famosa do Brasil, com milhões de seguidores, é parte fundamental da estratégia do Magazine Luiza, aparecendo em campanhas, lives e até interagindo em tempo real com o público.

  • CB, das Casas Bahia: o mascote clássico foi reinventado como avatar digital, com linguagem atualizada, presença em redes sociais e participação ativa em campanhas publicitárias.

  • Nat, da Natura: com personalidade acolhedora, dá dicas de maquiagem e promove produtos, reforçando o posicionamento de inovação e bem-estar da marca.

Esses exemplos provam que, quando bem utilizados, os influenciadores virtuais amplificam a narrativa da marca, criam experiências imersivas e fidelizam comunidades. O segredo é integrar esses personagens de forma distinta à estratégia de marketing, criando diálogos reais e consistentes, com uma presença mais próxima ao dia a dia e experiência do consumidor.

Influenciadores virtuais gerados por IA: Lu, CB e Nat.

A batalha por relevância

A indústria precisa evoluir junto com a tecnologia, mas não à custa da ética e da qualidade da experiência do usuário. Cada nova ferramenta de influência traz também novas responsabilidades.

Cabe às marcas, criadores e agências decidirem: vamos investir em conteúdo que apenas retém atenção ou em narrativas que constroem confiança e confiança?

A resposta para esse dilema será determinante para o futuro do ambiente digital. Escolher ética e estratégia de longo prazo em vez de lucro imediato pode ser o diferencial entre ser mais uma marca no feed ou se tornar referência em seu mercado.

Oportunidades para marcas inteligentes

Para empresas e parceiros estratégicos, entender esse cenário é uma oportunidade de ouro. Há um espaço gigante para marcas que criam conteúdo de qualidade, aproveitam as ferramentas de IA de forma criativa e ética e usam dados para personalizar experiências que realmente geram valor para seus consumidores.

Aqui na Creative Hut, ajudamos nossos clientes a navegar por esse novo ecossistema digital, equilibrando inovação e responsabilidade. Nosso papel é garantir que sua marca seja destaque sem se perder na era do conteúdo vazio. Topa embarcar nessa com a gente?