Marcas que não fidelizam com o senso de comunidade, perdem sua relevância rápido
Vivemos a era da hiperconexão, mas também da hiperfragmentação. O paradoxo é claro: mesmo cercadas de conteúdo e plataformas, as pessoas se sentem mais isoladas do que nunca. Segundo estudo da Harvard Business Review (2023), 61% dos consumidores afirmam se sentir emocionalmente desconectados das marcas que consomem, mesmo interagindo com elas semanalmente.
No meio desse ruído digital, um conceito volta a ganhar força: pertencimento. O que falta não é alcance, é conexão. E nesse ponto, comunidade é branding.

A força invisível do pertencimento
Não estamos falando de grupos fechados no WhatsApp ou redes sociais com nome de marca. Estamos falando de marcas que criam espaços onde pessoas com valores em comum se encontram, se expressam e se sentem vistas.
Comunidade no branding é sobre tornar o cliente parte da jornada. Sobre construir não apenas uma base de consumidores, mas um ecossistema de pessoas que se reconhecem naquela marca. Que defendem, colaboram, co-criam.
E por que isso importa agora? Estudos de comportamento de consumo apontam que 76% das pessoas se decepcionam se não conseguem ter uma identificação com a marca, as pessoas confiam em pessoas e se as marcas estão buscando pela humanização, esse vínculo precisa nascer de forma genuína. As decisões de compra estão cada vez mais influenciadas por indicações sociais, e não por publicidade. Além de que o custo de aquisição não para de subir, as comunidades ajudam a reduzir o CAC e aumentar o LTV. Isso reforça o quanto a cultura de marca está mais relevante do que o produto, o consumidor compra a causa, o posicionamento, a experiência.

O que significa “comunidade é branding”
Até pouco tempo atrás, o branding era sinônimo de logotipo, identidade visual e campanhas de conscientização. Não que isso tenha sido extinto, mas hoje a complexidade é maior, sendo o branding a soma de todas as interações, experiências e vínculos que constroem a percepção de uma marca.
E quando conversamos em comunidade, conversamos de um movimento ainda mais profundo:
- Marca como espaço, não apenas emissora: a comunicação deixa de ser unilateral para se tornar um ecossistema de trocas.
- Engajamento como construção coletiva: não basta falar com o consumidor, é preciso criar espaço para que ele fale com outros consumidores.
- Valor compartilhado: a marca se fortalece quando vira um símbolo de pertencimento.
A diferença entre ter seguidores e ter comunidade é a diferença entre atenção e lealdade que vai fazer desse usuário um verdadeiro consumidor.

Exemplos que já transformaram o jogo
Harley-Davidson
Não vende apenas motocicletas, mas um estilo de vida compartilhado. A marca sobreviveu às crises de mercado porque sua comunidade sustenta a relevância cultural.

Natura
Ao criar movimentos ligados à sustentabilidade e ao protagonismo feminino, transformou clientes em embaixadores espontâneos.

Magazine Luiza
Ao dar vida à personagem Lu, a marca transformou sua comunicação em algo próximo, humano e interativo. Mais do que participar de memes ou desafios, a Lu tornou-se um ponto de contato afetivo com milhões de consumidores, prova de que o branding se constrói quando a marca ocupa espaço de conversa, não apenas de anúncio.

Ponto Frio
O mesmo aconteceu com o Ponto Frio, que, ainda nos primórdios do Twitter (hoje X), usou o carismático pinguim Pin para abrir diálogo direto com seu público. O que parecia apenas humor e memes foi, na verdade, um movimento pioneiro de reposicionamento: sair da lógica de vitrine e entrar na lógica de interação. Essa postura envolveu outros players digitais, de Duolingo a O Boticário, a cultivar relacionamentos mais próximos e orgânicos com suas comunidades.

Uma lição? Marcas fortes não competem só por atenção: elas criam e conquistam o seu próprio ecossistema entre os consumidores.
Framework prático: como começar a construir uma comunidade
Não existe fórmula única, mas algumas diretrizes ajudam marcas a dar os primeiros passos:
- Propósito claro: a comunidade precisa nascer de uma causa ou interesse que vá além da venda.
- Pergunta-chave: “Por que as pessoas se reuniriam em torno da minha marca se ela não existisse amanhã?”
- Rituais e linguagem: toda comunidade se fortalece com símbolos, rituais e uma linguagem própria. Pode ser uma hashtag, um encontro recorrente, um estilo de comunicação que une.
- Canais adequados: nem toda comunidade nasce em rede social. Podem ser fóruns, grupos internos, newsletters, espaços físicos ou híbridos. O canal importa menos do que a constância e o valor da troca.
- Participação da marca como facilitadora, não protagonista: o erro comum é a marca querer ser o centro da conversa. A comunidade cresce quando os membros também são protagonistas.
- Valor contínuo: benefícios práticos (conteúdo exclusivo, acesso antecipado, descontos) + benefícios emocionais (reconhecimento, identidade).
Esse framework simples pode ser adaptado a qualquer nicho e porte de marca. O segredo está em começar pequeno, mas com intencionalidade.

O paradoxo: likes não significam vínculo
Nos últimos anos, muitas marcas confundiram análises de vaidade com construção de comunidade. Curtidas, visualizações e até mesmo seguidores não equivalem a vínculos reais. Uma comunidade engajada de 500 pessoas pode ter mais impacto do que 50 mil seguidores passivos. É aqui que se quebra o limite do alcance pelo alcance. Relevância em 2025 não está em “falar com todos”, mas em ser essencial para alguém.
Construir comunidades exige visão estratégica, leitura de tendências e execução consistente. É uma jornada de branding, cultura e tecnologia. Agências que seguem operando apenas em lógica de tráfego pago e posts virais estão perdendo espaço para aqueles que entendem o jogo da construção de ecossistemas.
Aqui na CH, acreditamos que comunidade é branding. Por isso, criamos estratégias que não só entregam visibilidade, mas estabelecem relações de confiança entre marcas e pessoas. Atuamos como parceiros para que empresas possam se posicionar como protagonistas em seus nichos, transformando clientes em embaixadores.

Conclusão: de seguidores a embaixadores
O branding em 2025 não se sustenta apenas em campanhas impactantes ou identidades visuais bem construídas. O diferencial competitivo está na capacidade de criar laços humanos em escala.
A comunidade é mais do que uma tendência: é o antídoto para a irrelevância em um mercado cansado. Marcas que cultivarem pertencimento se tornarão mais fortes, mais lembradas e mais amadas.
Quer descobrir como a sua marca pode começar a construir comunidade e transformar clientes em embaixadores? Vamos conversar!