Veja como o branding sensorial se tornou uma arma poderosa pra fazer o público lembrar da sua marca
Sabe quando você entra numa loja, sente um cheirinho diferente ou ouve um som e pensa: “isso tem a cara de tal marca”? Bem-vindo ao mundo do branding sensorial. Aqui, o objetivo é fazer você sentir a marca antes mesmo de lembrar o nome.
De tênis com cheiro a refrigerante com gosto de infância, tem muita marca brasileira (e gringa também) usando os cinco sentidos pra criar conexão real. A seguir, você vai saber quem tá fazendo isso com maestria, e como essas sensações viraram ferramentas de posicionamento.
Cores
As cores são o primeiro impacto. Antes do nome, do slogan ou do produto, o que gruda na memória é o tom da marca. No branding sensorial, escolher a paleta certa é uma jogada estratégica e muito bem pensada, já que cada cor ativa uma emoção diferente no consumidor, além de posicionar a marca direto no imaginário. Algumas marcas fizeram isso tão bem que conseguiram transformar uma cor específica em símbolo absoluto de reconhecimento.
Christian Louboutin
Você pode nem ser do mundo da moda, mas sabe que aquele salto com sola vermelha tem nome e sobrenome. A Louboutin transformou uma cor em código de luxo. O vermelho vibrante foi escolhido pra causar impacto, contraste e se tornar uma assinatura visual. Hoje, essa sola vermelha é registrada legalmente e protegida contra imitações.


Tiffany & Co.
A caixinha azul da Tiffany é um desses ícones que dispensam logo. Só de ver aquele tom específico de azul, o 1837 Blue, você já imagina o resto: joia, luxo, pedido de casamento. Essa cor foi criada no século XIX e hoje é registrada como propriedade da marca. Mas o truque não tá só na cor: tem também a textura fosca da caixa, o laço de cetim, o peso da embalagem, o silêncio cheio de expectativa antes de abrir. Tudo pensado pra transformar um momento simples num ritual de exclusividade.


Sons
O som ativa a memória quase sem esforço. Um toque, um jingle ou dois segundos de áudio já conectam você a uma marca. No branding sensorial, o som traz presença, dá ritmo à experiência e reforça identidade. Quando é bem usado, vira assinatura sonora e gruda de vez.
Netflix
“Tu-dum.” Em dois segundos, a Netflix não só anuncia que uma série vai começar como te coloca no modo maratona. Além disso, a Netflix usa sons sutis nos trailers, nas interfaces e até no scroll. É tudo pensado pra guiar a experiência do consumidor. A identidade sonora da marca é minimalista, mas marcante.
Citroën
A Citroën usou o branding sonoro com sofisticação. Nos comerciais, a assinatura “Creative Technology” dita por uma voz feminina com sotaque francês virou marca registrada. A repetição, o ritmo, e o tom foram pensados pra reforçar o conceito de inovação. O resultado é uma presença sonora que é simples, elegante e inconfundível.
Texturas
O toque revela mais do que parece. A textura de um produto, embalagem ou material muda em como a marca é percebida. Maciez transmite cuidado; peso transmite valor; acabamento áspero ou liso reforça uma certa proposta. No branding sensorial, o tato também é uma forma de memorizar.
Crocs
Pisar num Crocs é uma sensação única, e não é exagero. O material Croslite foi criado pra ser leve, macio e moldável. O Crocs fideliza pelo conforto (e não pela beleza). A marca entendeu que o toque fideliza. Por isso, valoriza o conforto em tudo: nas campanhas, nas collabs com artistas, nos pins personalizáveis (os famosos Jibbitz) e até na comunicação. O Crocs pode até ser considerado feio por alguns, mas é viciante pra quem calça.


Natura
A Natura é feita pra ser sentida. A textura dos cremes, óleos e sabonetes acompanha a proposta de cuidado com o corpo e com o planeta. É maciez, absorção rápida, toque suave. Tudo pensado pra transformar o momento de uso em um ritual sensorial. As embalagens também entram no jogo. Com curvas suaves, toque ergonômico e materiais recicláveis, tudo convida ao toque e reforça a ideia de carinho e sustentabilidade. A Natura não vende só produtos de beleza, vende sensações.


Aromas
O olfato é um atalho direto pra memória. Um cheiro marcante ativa emoções, resgata lembranças e cria vínculo instantâneo. No branding sensorial, o aroma se torna assinatura.
Melissa
A Melissa é puro branding sensorial. Tudo começa com o cheirinho doce que lembra chiclete. E sim, ele faz parte da composição do Melflex, o plástico exclusivo da marca. E tem mais: textura flexível, cores vibrantes, brilho, e design pop. As Galerias Melissa levam isso ao máximo com instalações de arte, música ambiente e ambientação olfativa. Até a caixa do produto tem cheiro. Melissa é visual, tátil e olfativa, tudo junto e ao mesmo tempo.


Phebo
Se existe um cheiro que atravessa gerações, é o Odor de Rosas da Phebo. Criado em 1930, esse perfume virou símbolo de elegância com as suas notas florais intensas e base amadeirada. A fórmula não mudou porque virou identidade.
As lojas da marca também reforçam o conceito de sensorial com o aroma no ar, pias pra testar produtos e um estilo retrô que aparece nos rótulos coloridos junto com a tipografia vintage. A Phebo é uma marca que você reconhece até de olhos fechados.


Sabores
No branding sensorial, o sabor é memória. Ele cria conexão e se transforma em diferencial desde o primeiro gole (ou mordida). Algumas marcas entenderam isso cedo e usam o paladar como ferramenta.
Guaraná Antarctica
Guaraná tem gosto de Brasil e a Antarctica entendeu isso desde sempre. O sabor frutado, doce e refrescante virou símbolo de encontros em família, churrascos, festas e torcida. O branding da marca gira em torno disso. Com o passar dos anos, a fórmula se manteve, mesmo com novas versões. O que fideliza é a lembrança afetiva e a conexão cultural.


Cheetos
Cheetos é o caos crocante, e isso é intencional. O sabor é intenso: queijo artificial, sal, gordura e textura explosiva. O que fideliza? O prazer imediato. Mas não é só isso: o mascote Chester Cheetah, o visual barulhento e a linguagem “sem regras” fazem parte da experiência. Comer Cheetos é uma bagunça assumida, e, por isso, inesquecível.


Como aplicar o branding sensorial na sua marca
Tudo começa entendendo o seu público e o que você quer que ele sinta quando encontra sua marca, já que cada segmento precisa ativar sentidos diferentes. Tech? Sons e texturas. Moda? Toque, visual, aroma. Cosméticos? Tudo isso junto.
A experiência sensorial precisa ser coerente. Não dá pra ter uma embalagem com cheiro doce se sua marca fala de performance, nem usar uma texturaáspera se a proposta é acolhimento. Criar experiências sensoriais impactantes exige intenção, testes e consistência. Mas quando acerta, o resultado aparece.
Marcas que criam sensações, ficam
Quando uma marca ativa a memória emocional, ela não é lembrada pelo produto. É lembrada pela sensação, e isso muda tudo. O branding sensorial transforma uma simples compra em experiência, gerando vínculo, fidelidade e presença.
Quem entende o poder dos sentidos sai na frente. E isso, ninguém esquece.